Olivier Negri Filho
Dia 19 de junho é o Dia
Nacional do Migrante e no dia 20 o Dia Mundial do Refugiado, e embora os termos
"migrante" e "refugiado" sejam muito utilizados, eles se
referem a situações distintas que possuem suas próprias particularidades.
Migrantes são pessoas que se deslocam dentro de um mesmo país, saindo de uma
região para outra. Já os refugiados são pessoas que foram forçadas a deixar seu
país de origem devido a perseguições, conflitos, violência generalizada, fome
ou violação de direitos humanos.
Em Mauá, é comum
encontrar comunidades de refugiados vindos de países como Venezuela, Síria, Haiti
e diversas regiões da África, buscando segurança e uma nova oportunidade de
vida. Existem também muitos migrantes que vêm de outras regiões do Brasil,
principalmente do Nordeste e do Norte, atraídos pelas oportunidades de trabalho
e pela infraestrutura urbana.
Os motivos que levam pessoas a abandonarem seus lares em
busca de melhores condições de vida são justos e legítimos, porém isso
sobrecarregou toda a infra e superestruturas da cidade, que não conseguiu
atender às demandas da população, principalmente nas questões de educação,
saúde, saneamento básico, transporte e assistência social. Em 64 anos, a cidade
de Mauá passou de 28.924 habitantes (1960) para 418.216 (2024), houve um
aumento de aproximadamente 93%, onde a maioria da população é de famílias
migrantes – como no caso da minha e, mais recentemente, de imigrantes
refugiados.
A título de comparação, a cidade de Lisboa, em Portugal,
possui cerca de 548.703 habitantes, onde 20% são migrantes e refugiados, que
estão integrados social e economicamente, inclusive contando com apoio
psicológico. A diferença é que a cidade
tem 20 séculos de existência e Mauá - com apenas 69 anos - precisa aproveitar seu
exemplo para adequar-se à nova realidade, amenizando essa situação o mais breve
possível.
Para que migrantes e refugiados se integrem de maneira
eficaz e positiva, é essencial que a comunidade local e o governo municipal
adotem políticas de acolhimento e suporte. Acolher refugiados e migrantes com
empatia é crucial para construir uma sociedade mais inclusiva e solidária, onde
a diversidade cultural enriquece a comunidade e todos podem contribuir para um
futuro harmonioso e próspero. Pois deixar que o preconceito atinja essas
pessoas, só tornará a vida mais difícil para elas que, desesperadamente, buscam
um alívio em uma terra estranha.
Afinal, todos fazemos parte da humanidade e a solidariedade
é capaz de curar qualquer ferida, seja ela física, moral ou social.
Um forte abraço.
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